sábado, 23 de abril de 2011

Pilões no Século XX

Em agosto de 1953, o Governador do Estado, em exercício, sancionou o projeto que concedia independência ao distrito de Pilões, aprovado pela Assembleia Legislativa da Paraíba.


Em 27 de dezembro de 1953, foi finalmente instalado o município e a comarca de Pilões, criados pela Lei 916 de 20 de agosto de 1953. Sofreram os pilonenses 56 anos de preterições e injustiças, mas finalmente, obtiveram uma resposta positiva às suas reivindicações.


Um fato interessante a registrar é que Pilões, que tivera a formação de sua cidade, sob a influência de Mamangupe, tornou-se independente por decreto de um governador, também filho de Mamaguape, João Fernandes de Lima.


Nascida em decorrência do ciclo da cana-de-açúcar, o pequeno núcleo foi crescendo na cabeceira da Serra do Espinho com suas ladeiras tortuosas, até tornar-se um pequeno vilarejo. Foi nos canaviais dos engenhos: Boa Fé, Santa Cruz, Várzea, Veneza, Riachão, Livramento, Poções, São Gonçalo, Cantinhos, Triunfo, Pinturas de Cima, Pinturas de Baixo, Mercês, Avarzeado, Manga do Frade, São Bento, Labirinto, Santo Antonio, Riachão, São Francisco, Ipiranga, Nossa Senhora da Penha, Olho D’água, que Pilões teve sua ascensão econômica. Nas estradas de terra batida, feita a mão, eram escoada a produção do açúcar e rapadura produzidos nos engenhos. “Estrada de rodagem” que servia de principal acesso entre as cidades da região. Atingindo o seu apogeu econômico, favorecido pelo número de engenhos de açúcar que propiciavam muitos empregos nos canaviais e no fabrico do “ouro doce”, desta forma surgia o lucrativo comércio com os consumidores dos arredores. A notícia difundiu-se rapidamente, e começaram a chegar comerciantes de todos os locais. Mas, somente em 1953, conseguiu sua emancipação política recebendo definitivamente o topônimo de Pilões. Em pouco mais de 03 anos, conseguia superar comércios seculares, como o da vizinha cidade de Serraria. Com isso, já se viam os primeiros traços de sociedade: casas de alvenaria e as primeiras ruas já apareciam. Na feira livre, frutas, hortaliças, macaxeira, feijão, peixes e coco eram os produtos mais procurados pela população. As mudanças ocorriam como rotina naquele pequeno município. A cada dia, novos moradores se instalavam, e o lugarejo começava a tomar ares de cidade. Benfeitorias foram feitas pelo então Prefeito, como o Grupo Escolar Dom Santino Coutinho, que recebeu esse nome em homenagem a um dos filhos ilustres o Acerbispo Dom Santino Coutinho, além de uma agência dos Correios, e o mercado do povoado, para que os comerciantes pudessem guardar suas mercadorias. Naquele período, apenas pequenos comerciantes haviam se instalado por aqui, até que, apareceu um industrial muito influente no Estado, Solon Lira Lins, que arrendou a maioria dos engenhos da região, instalando a Usina Santa Maria no vizinho município de Areia-PB, passando a concentrar o poder econômico em torno daquela Agroindústria produzindo açúcar e álcool, viabilizaram a construção e consequentemente o soerguimento da economiaadaaregião.


A década de 70, em Pilões, refletia bem o que acontecia ao Brasil. O país, por um lado massacrado pela ditadura militar, amordaçado por leis-generais, por outro vivia um momento de ligeira estabilidade econômica. Mas a superficialidade dessa situação ofuscava a verdadeira situação de penúria por que passava o trabalhador rural, “escravizado”, pelos baixos salários percebidos e a impossibilidade de poder plantar o seu roçado ou criar um animal para o apuro, e percebiam seus salários através de vales, não tinham nem se quer o gosto de pegar no dinheiro em espécie. Aqui, com a economia concentrada nas mãos de uma meia dúzia de pessoas, que detinham a posse dos latifúndios, com a chegada da Usina, a população seguia o seu caminho com um desenvolvimento estagnado. Um pequeno comércio dito “formal” se erguia, como a instalação da feira livre, mercearias, bares. Em 1983, na gestão do prefeito José Sales da Silva surgiu também, a primeira agência bancária (pioneira) do UNIBANCO, foi instalada nos anos de 1983, que teve como seu gerente, Olívio Ribeiro, um paranaense arrojado, advindo da cidade de Foz do Iguaçu-Pr, sendo este o responsável pela vinda desse subscritor, uma vez que trabalhávamos na Agência Centro da dita cidade paranaense. A agência local, após três anos de fundação, teve suas atividades encerradas em 1986, em detrimento do Plano Cruzado - plano de estabilização econômica criado pelo Governo José Ribamar Sarney.

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